Futuro nebuloso
Nessa jornada de mais de 20 anos de jornalismo esportivo, eu nunca vi o Brasil ser tão favorito em uma partida contra o seu maior rival, a Argentina. No amistoso desta tarde, na Arábia Saudita, os comandados de Tite tem a obrigação de ganhar, e bem, dos nossos vizinhos, tamanha a bagunça que se transformou a alviceleste nos últimos anos. É só lembrar o sufoco que foi para o país se classificar para a Copa da Rússia e o desempenho decepcionante, principalmente do astro Lionel Messi.
Bombardeado de críticas, o camisa 10 deu sinais de que o seu ciclo encerrou com a eliminação, nas oitavas de final, na derrota para a França. Outros companheiros, como Javier Mascherano, Ángel Di María e Gonzalo Higuaín, também deram a pinta de que o ciclo chegou ao fim. Ao menos o primeiro, um dos líderes da seleção, já anunciou a sua aposentadoria.
Fritado por alguns jogadores durante a Copa, o badalado Jorge Sampaoli pagou pela sua arrogância e está desempregado. Perdidos, os dirigentes da Associação de Futebol Argentino não fazem a menor ideia de como será o planejamento para o ciclo em busca da vaga ao Qatar-2022. Nem o novo técnico está definido.
Essa é a Argentina, que está sendo comandada por Lionel Scaloni, que jamais dirigiu uma equipe e foi o auxiliar de Sampaoli mais próximo dos atletas na Rússia. Enquanto, Adenor “Tite” Bachi usa a base que montou em pouco mais de dois anos de trabalho. Sem Messi, o interino apostará em um desafeto do camisa 10.
A principal atração dos argentinos será o atacante Paulo Dybala, que foi à Rússia passear. O astro da Juventus-ita tem bola para incomodar o Brasil, mas, assim como o craque ausente, ele carece de coadjuvantes. É o famoso ditado: “uma andorinha só não faz verão”.