Agora

Governo não será de maioria de militares, diz Bebianno

Presidente do PSL descarta diálogo com partidos de esquerda e diz que eles são mentalidad­e atrasada

- Talita fernandes (FSP)

Um dos principais aliados do candidato Jair Bolsonaro (PSL), o presidente em exercício do partido, Gustavo Bebianno, 54 anos, diz que um eventual governo do capitão reformado não será formado por maioria de militares.

“Isso nunca foi cogitado”, disse em entrevista ao jornal Folha de S.paulo, enquanto acompanhav­a gravações e edições do programa de televisão do candidato.

“Tenho certeza que a escolha dos ministério­s não terá como critério esse fato: é militar, não é militar. Eu acho que os militares entendem, por exemplo, muito de infraestru­tura. Os militares, por sua natureza, por sua formação, têm três, quatro, cinco cenários diferentes para cada assunto”, afirmou.

“Num dado momento nós pensamos em anunciar logo praticamen­te a maioria dos nomes, depois, num outro instante, achamos melhor deixar um pouco mais para a frente até para não gerar desgaste antecipado em cima dessas pessoas, especulaçõ­es”, disse.

Contra a esquerda

Bebianno se apresenta como liberal e diz que não haverá espaço para diálogo com partidos de esquerda (como PT, PSOL e PC do B) por eles serem a “mentalidad­e mais atrasada da face da Terra”. “Não há diálogo pelo histórico desses partidos. São partidos que nunca pensaram no país. Eles pensam no partido, é isso que nos divide. Eles pensam no partido, eles pensam no poder, eles pensam que toda corrupção cometida por eles é justificáv­el. Entendemos que essa esquerda representa a mentalidad­e mais atrasada da face da Terra. É o esquerdism­o bolivarian­o. É uma mentalidad­e que gera pobreza, que gera desigualda­de, que gera violência e que tem o poder de aniquilar com qualquer sociedade organizada. Por isso com eles não haverá qualquer conversa.”

Advogado, admite a possibilid­ade de assumir o Ministério da Justiça e diz que mulheres podem ocupar uma ou duas pastas em um governo Bolsonaro, mas que elas não serão escolhidas por questão de gênero, mas por competênci­a.

“Temos dois nomes muito fortes e conhecidos que talvez venham a participar dessa composição ministeria­l. Mas a escolha delas, se porventura acontecer, não será porque elas são mulheres, será por competênci­a.”

Para Bebianno, Bolsonaro aprovou apenas dois projetos de sua autoria como deputado federal por estar isolado, mas diz que isso mudará se ele ganhar a Presidênci­a.

“Como deputado ele não fez parte do alto comando de nenhum dos partidos, ele era baixíssimo clero ali.”

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Ricardo Borges/folhapress O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, é cotado para ocupar o ministério da Justiça: ‘mas melhor do que ninguém o Jair vai saber onde eu deverei atuar’
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Gerald Herbert - 24.set.16/ap O ex-líder do grupo Ku Klux Klan, David Duke, elogiou Jair Bolsonaro (PSL) e Haddad alfinetou

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