Agora

Consórcio tem de cuidar de obras

- (Gustavo Basso)

A Justiça rejeitou ontem o pedido do consórcio Move São Paulo para que o governo do estado, sob a gestão Márcio França (PSB), assuma a manutenção dos canteiros de obras da futura linha 6laranja, que ligará a Brasilândi­a (zona norte) ao centro da capital. Na maior parte deles, há imóveis desapropri­ados ou demolidos e grandes áreas abandonada­s.

Planejada para 2019, a construção está parada desde 2016. As empreiteir­as que formam o consórcio, Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, não conseguira­m mais empréstimo­s para a obra após a Operação Lava Jato.

A decisão da 3ª Câmara de Direito Público diz que a transferên­cia de responsabi­lidade das áreas só poderá ser feita quando a rescisão do contrato for julgada em definitivo. Em março, o Metrô entrou com o processo de rescisão. A Move São Paulo diz que “realiza atividades de manutenção” nos canteiros (leia texto ao lado).

José dos Santos, 62 anos, é vigia de um dos canteiros de obra, cercado de tapumes, na praça 14 Bis, na Bela Vista (região central). Ele diz que funcionári­os do consórcio verificam a área duas vezes por mês, e uma terceiriza­da faz o cuidado diário.

O impacto no comércio e na segurança são as principais reclamaçõe­s de moradores e trabalhado­res da vizinhança. “Fecharam uma balada aqui ao lado, que virou moradia para ratos. Ela e um posto de combustíve­is 24 horas traziam movimento”, afirma a jornaleira Rosilange Santos, 49 anos.

Policiais de uma base instalada na praça dizem não haver aumento nas ocorrência­s com a instalação dos tapumes, mas com a chegada de moradores da cracolândi­a em 2017.

 ?? Jardiel Carvalho/folhapress ?? Canteiro de obras da linha 6-laranja na Bela Vista (região central); trabalhos estão paralisado­s desde 2016, após envolvimen­to de empresas na Lava Jato
Jardiel Carvalho/folhapress Canteiro de obras da linha 6-laranja na Bela Vista (região central); trabalhos estão paralisado­s desde 2016, após envolvimen­to de empresas na Lava Jato

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