Consórcio tem de cuidar de obras
A Justiça rejeitou ontem o pedido do consórcio Move São Paulo para que o governo do estado, sob a gestão Márcio França (PSB), assuma a manutenção dos canteiros de obras da futura linha 6laranja, que ligará a Brasilândia (zona norte) ao centro da capital. Na maior parte deles, há imóveis desapropriados ou demolidos e grandes áreas abandonadas.
Planejada para 2019, a construção está parada desde 2016. As empreiteiras que formam o consórcio, Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, não conseguiram mais empréstimos para a obra após a Operação Lava Jato.
A decisão da 3ª Câmara de Direito Público diz que a transferência de responsabilidade das áreas só poderá ser feita quando a rescisão do contrato for julgada em definitivo. Em março, o Metrô entrou com o processo de rescisão. A Move São Paulo diz que “realiza atividades de manutenção” nos canteiros (leia texto ao lado).
José dos Santos, 62 anos, é vigia de um dos canteiros de obra, cercado de tapumes, na praça 14 Bis, na Bela Vista (região central). Ele diz que funcionários do consórcio verificam a área duas vezes por mês, e uma terceirizada faz o cuidado diário.
O impacto no comércio e na segurança são as principais reclamações de moradores e trabalhadores da vizinhança. “Fecharam uma balada aqui ao lado, que virou moradia para ratos. Ela e um posto de combustíveis 24 horas traziam movimento”, afirma a jornaleira Rosilange Santos, 49 anos.
Policiais de uma base instalada na praça dizem não haver aumento nas ocorrências com a instalação dos tapumes, mas com a chegada de moradores da cracolândia em 2017.