Prefeitura corta 367 árvores para fazer piscinão na Saúde
Elas foram cortadas em alças de acesso da avenida Ricardo Jafet. Objetivo é evitar cheias no Ipiranga
A construção de um piscinão interligado para conter as inundações na bacia do córrego do Ipiranga, na região das avenidas Fagundes Filho, Doutor Ricardo Jafet e Teresa Cristina (zona sul), na Saúde (zona sul), causou o corte, até o momento, de 367 árvores de grande porte, entre elas, pitangueiras, aroeiras-mansas, ingás do brejo e ipês de El Salvador.
A Prefeitura de São Paulo, sob gestão de Bruno Covas (PSDB), no entanto, prevê a compensação ambiental com o plantio de outras 428 espécies nativas da mata atlântica, como ipês e jerivás, em canteiros próximos da área até a conclusão da obra, prevista para setembro do ano que vem.
“Eram árvores antigas e de grande porte. Só sei que foram muitas retiradas daqui desde o ano passado, o que é uma pena. Não sei se foram realocadas em outro espaço”, diz o motorista de aplicativo Giuliano Zavallone, 39 anos, que mora há quatro anos no Jardim Zoológico, bairro próximo da região.
A Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras), responsável pela obra, afirma que o corte foi autorizado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, por meio de um Termo de Compromisso Ambiental. Os trabalhos começaram em 21 de agosto de 2017. O custo da obra é de R$ 159 milhões.
Dois reservatórios
Serão construídos dois piscinões: um em um lago e outro em duas alças de acesso da avenida Ricardo Jafet (veja quadro ao lado). Nesta semana, novas árvores foram cortadas, desta vez em outra alça de acesso. O local abrigará a galeria de águas pluviais que integra o projeto. A gestão Covas afirma que houve uma mudança no projeto, em razão da necessidade de escavações para as obras da galeria de água, sendo preciso cortar mais árvores nesta alça de acesso.