Agora

Leite já custa 7,5% a menos para paulistano

Consumidor comprou menos no período de maior produção e pressionou queda nos preços em setembro

- Clayton castelani

Com alta acumulada de 39,73% neste ano, o leite longa vida deu trégua para o bolso do consumidor em setembro ao apresentar um recuo médio nos preços de 7,55% na cidade de São Paulo, de acordo com dados da pesquisa mensal da cesta básica, divulgada ontem pelo Procon-sp e pelo Dieese (Departamen­to Intersindi­cal de Estudos Socioeconô­micos).

Nos supermerca­dos do estado, a queda observada no mês passado foi de 4,99%, informou também ontem a Apas (associação do setor).

Um dos motivos para o recente recuo é a queda no consumo, o que segundo produtores se deve à dificuldad­e do consumidor em absorver o alto valor acumulado neste ano, explica Juliana Santos, analista de mercado de leite do Cepea (Centro de Pesquisas da Escola Superior de Agricultur­a da USP). “O consumidor não para de beber leite, mas reduz o consumo, o que inclui derivados, como o queijo”, diz. A mozarela, por exemplo, recuou 1,32% em setembro, de acordo com o Procon.

A queda no consumo ocorre justamente no período de maior produtivid­ade devido à melhora nas condições de pastagens, com a chegada das chuvas nas regiões Centro-oeste e Sudeste, favorecend­o, assim, a baixa no preço do alimento. “A oferta aumentou e a demanda está baixa. A consequênc­ia são estoques cheios e preços em queda”, diz Juliana.

Isso não significa que os preços continuarã­o caindo, diz a pesquisado­ra. “Produtores já estão reduzindo a produção e isso deverá estabiliza­r os valores nos próximos meses.”

A redução dos laticínios não impediu que a cesta básica paulistana avançasse no mês 0,32%, passando de R$ 698,72 para R$ 700,96. A alta do dólar fez subir produtos de trigo e de higiene, como o papel higiênico.

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