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Mentiras de campanha

- Presidente: Editor Responsáve­l:

Dois terços dos votantes brasileiro­s possuem conta no Whatsapp, a rede social mais popular do país. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha em 2 de outubro, 44% dos entrevista­dos declararam ler notícias sobre política e eleições por esse meio.

Os números bastam para constatar como aumentou o peso dessa rede na formação da opinião nacional e, sem dúvida, nos rumos da disputa que está em curso.

O que ainda não se sabe direito é o efeito da enxurrada de acusações falsas a candidatos e outras lorotas que chegam a todo momento aos usuários.

Uma reportagem do jornal Folha de S.paulo mostrou evidências de como um aplicativo de conversas privadas se tornou uma arma do jogo eleitoral mais sujo.

Foi revelado que empresas estão comprando pacotes de disparo em massa de mensagens no Whatsapp contra o PT e seu presidenci­ável, Fernando Haddad. Segundo a apuração, cada contrato chega a R$ 12 milhões, o suficiente para propagar centenas de milhões de textos, áudios, fotos, vídeos e memes.

Essa prática é ilegal, já que beneficia o favorito na disputa pelo Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PSL). É como se fosse uma doação empresaria­l a um candidato, o que está proibido desde 2015.

Bolsonaro declarou não ter controle sobre a ação de apoiadores. Perguntou até se adversário­s não poderiam estar por trás da operação para prejudicar sua campanha.

É preciso, portanto, uma apuração imediata e rigorosa. Um primeiro passo é identifica­r as operações e descobrir de onde veio a grana.

As autoridade­s também deveriam pensar em acabar com o anonimato de quem espalha boatos nas redes sociais. Grupo Folha

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