Agora

Whatsapp bloqueia contas, e Justiça apura ação anti-pt

Procurador­ia-geral também quer a Polícia Federal na investigaç­ão sobre notícias falsas

- (FSP)

Três frentes foram abertas ontem para esclarecer o financiame­nto por empresas do envio em massa de mensagens de Whatsapp contrárias ao PT.

O Whatsapp bloqueou contas ligadas a agências de mídia suspeitas da prática que beneficia o candidato Jair Bolsonaro (PSL); o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu investigaç­ão sobre o caso, e a procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, pediu à Polícia Federal um inquérito sobre notícias falsas.

As três medidas são reações à reportagem publicada pelo jornal Folha de S.paulo que mostra o financiame­nto, por empresas de uma campanha antipetist­a com pacotes de disparo de mensagens em massa.

A prática é ilegal, pois configura doação de empresas à campanha —o que a legislação eleitoral proíbe e pode configurar abuso de poder econômico. Além disso, não foi declarada.

O Whatsapp enviou notificaçã­o extrajudic­ial às agências Quickmobil­e, Yacows, Croc Services e SMS Market determinan­do que parem de enviar mensagens em massa e usar números obtidos a partir de bases de dados de terceiros. Além disso, contas associadas às agências foram banidas.

Os contratos, segundo apuração da reporagem, chegam a R$ 12 milhões, e agências usam bases de usuários de terceiros segmentada­s por região e perfil, o que também é proibido.

A agência AM4, contratada pela campanha de Bolsonaro, e outras são investigad­as e podem ser notificada­s.

No início da noite, o corregedor do TSE, ministro Jorge Mussi, atendeu ao pedido do PT e abriu ação para investigar a compra desses pacotes de disparos por empresas, mas negou a solicitaçã­o de quebra de sigilo e de busca e apreensão. Mussi mandou notificar Bolsonaro e deu cinco dias para que ele se manifeste.

Também na noite de ontem, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, oficializo­u o pedido da PGR para apurar se empresas têm disseminad­o, de forma estruturad­a, mensagens em redes sociais referentes a Bolsonaro e seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT).

O pedido do PT é um dos seis recebidos pelo TSE para investigar a campanha de Bolsonaro. A presidente do tribunal, ministra Rosa Weber, daria uma entrevista coletiva ontem sobre notícias falsas mas a adiou para amanhã. Ela se reuniu mais cedo com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, que pediu pressa.

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Divulgação Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidênci­a, tem cinco dias para se manifestar em ação aberta ontem pela Justiça Eleitoral
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Leo Correa/ap Fernando Haddad, candidato do PT; seu partido é autor de uma das seis ações contra o rival no segundo turno do próximo dia 28

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