Eleitores de capitão replicam grupos em sistema de pirâmide
“Entre nessa corrente para chegarmos a todos os cantos do Brasil”, diz o texto da mensagem enviada por Whatsapp de apoiadores de Jair Bolsonaro. O convite é para quem já está num grupo à favor do candidato do PSL e sugere que ele entre em outro, também com propaganda do candidato à Presidência da República.
A tática de replicar grupos e, consequentemente, atingir o maior número de usuários do Whatsapp é uma das armas da campanha do capitão reformado.
Não há irregularidade se a ação for de forma voluntária sem pagamento ou contratação de agências.
A reportagem acompanhou na última semana grupos abertos de apoiadores de Bolsonaro no aplicativo de troca de mensagens. A estratégia de replicar conteúdo de apoio ao candidato do PSL e contrário à candidatura de Fernando Haddad (PT) segue um padrão comum.
Dentro de grupos já criados, os usuários são convidados para outros. Um mesmo número de celular, do Rio de Janeiro, aparece como criador de grupos.
Voluntários assumem a administração do grupo. “Me convidaram e aceitei ser administrador”, diz José Raimundo, 43 anos, que cuida de um grupo criado para eleitores paulistas.
Eleitor convicto de Bolsonaro, Raimundo diz que sua função é cuidar e expulsar quem entra para “criar confusão” no grupo. Afirma que ainda controla a divulgação de notícias falsas.