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Famílias continuam em favela onde enxurrada matou garota

Moradores vivem às margens do córrego Água Branca. Menina morreu afogada em março deste ano

- Gustavo basso

Passados sete meses de uma enchente que matou uma menina, cerca de 70 famílias continuam morando em barracos às margens do córrego Água Branca, na favela do Sapo, na Água Branca (zona oeste de São Paulo).

Em 20 de março, o córrego subiu mais de dois metros durante um temporal, arrastando uma casa com quatro mulheres e causando a morte de Sofia Soares, na época com 1 ano e 8 meses.

A menina e a mãe, Paloma dos Reis, 11 anos, estavam no barraco onde moravam com a tia da garota, Pamela, 23 anos, e a avó da menina, Karen Soares, 40 anos, quando a enxurrada levou a casa. As três se salvaram, mas Sofia foi arrastada por mais de 50 metros e morreu afogada. Paloma deixou o local após a morte da filha.

Desde então, os moradores da favela passaram por um incêndio e dizem que a prefeitura não fez nenhuma limpeza no córrego, que, segundo eles, ainda acumula lixo e destroços arrastados na enchente de março. “Aquele esqueleto era um barraco que também foi arrastado, o resto está no córrego”, disse Pamela ontem, apontando para a lâmina de água entre o corredor de palafitas.

Limão

No Limão (zona norte), a aposentada Vitória Leão, 85 anos, morreu afogada no mesmo dia da morte de Sofia, após ter a casa invadida pelas águas do córrego do Mandaqui. Atualmente, o imóvel, que teve o muro e paredes derrubados, está abandonado, pois as filhas da idosa deixaram o local.

Vizinhos reclamam do risco de novas inundações. Ontem, a dona de casa Vera Lúcia dos Santos, 64 anos, instalava uma comporta no imóvel onde mora há 30 anos. “Estamos preocupado­s. As chuvas estão começando e vai haver mais inundações”, afirmou.

 ?? Rivaldo Gomes/folhapress ?? Moradores passam por pinguela no córrego Água Branca, na favela do Sapo, na zona oeste de São Paulo, onde menina de 1 ano e 8 meses morreu após ser levada por enxurrada em março; no local, há cerca de 70 famílias vivendo em barracos às margens do córrego
Rivaldo Gomes/folhapress Moradores passam por pinguela no córrego Água Branca, na favela do Sapo, na zona oeste de São Paulo, onde menina de 1 ano e 8 meses morreu após ser levada por enxurrada em março; no local, há cerca de 70 famílias vivendo em barracos às margens do córrego

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