Crânio de Luziia é achado em escombros do Museu Nacional
Esqueleto humano mais antigo da América estava em caixa de metal que resistiu a incêndio
Rio de Janeiro Pesquisadores do Museu Nacional, no Rio, encontraram o crânio e uma parte do fêmur de Luzia, o esqueleto humano mais antigo descoberto na América que revolucionou as teorias científicas sobre a ocupação do continente.
Os fósseis foram achados há alguns dias —não foi divulgado quando— junto aos escombros do edifício, parcialmente destruído por um incêndio em 2 de setembro. O crânio está fragmentado, porque a cola que mantinha os seus pedaços juntos se foi com o calor, mas a equipe está otimista com suas condições. “Os danos foram muito menores do que a gente imaginava”, disse ontem a antropóloga Cláudia Carvalho, coordenadora da equipe de resgate do acervo remanescente do museu, eufórica com a descoberta.
Cerca de 80% dos fragmentos achados já foram identificados, e o restante ainda passa por um trabalho de limpeza e estabilização. Acredita-se que 100% do crânio esteja ali.
Todas as partes encontradas estavam em uma caixa de metal dentro de um armário também de metal, em um lugar estratégico do museu, justamente para casos de acidente. Outros ossos de Luzia estavam na área expositiva, mas ainda não foram achados. Após estabilizados, os fragmentos encontrados ficarão guardados (por segurança, o local não foi informado) até que os pesquisadores consigam um laboratório para analisá-los propriamente e montá-los de novo.
Achado ocorreu durante processo de remoção de entulhos e estabilização da estrutura do museu, iniciada há cerca de um mês e deve durar mais cinco meses.