Grupo bolsonarista só doa a outros candidatos
O grupo de empresários mais próximos do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) fez doações a outros candidatos, mas não contribuiu oficialmente com o militar.
A campanha de Bolsonaro é investigada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por doações não declaradas de empresários por meio de serviços de disparo de mensagens via Whatsapp.
Dois membros do núcleo empresarial do militar, Luciano Hang, da Havan, e Mário Gazin, da Gazin, chegaram a fazer um vídeo em que o segundo pede vitória de Bolsonaro no primeiro turno para “não gastar mais dinheiro”. Depois, Gazin disse que, ao falar de dinheiro, se referia aos gastos do país com a eleição.
Nem Gazin nem Hang constam como doadores na prestação de contas.
No entanto, Gazin, integrantes de sua família e empresa deram cerca de R$ 300 mil reais ao DEM de Mato Grosso e outros candidatos.
Luciano Hang contribuiu com R$ 160 mil a cinco candidatos —novamente, nenhum deles é Bolsonaro. A maior doação feita por Hang foi de R$ 100 mil a Ratinho Jr. (PSD), eleito governador do Paraná.
Hang é um dos empresários que bancaram pacotes de disparos de mensagens via Whatsapp contrárias ao PT —ele nega irregularidades. A prática é ilegal porque empresas estão proibidas de doar para campanhas eleitorais e porque os valores não foram declarados.
Além de Hang e Gazin, outros empresários do seleto grupo empresarial ligado à campanha do militar também ignoraram ou registraram doações ínfimas a Bolsonaro, embora tenham contribuído com outros.
É o caso de Sebastião Bonfim Filho, presidente da Centauro, célebre apoiador do militar que não gastou nenhum centavo oficialmente com a campanha dele. Porém, ele doou R$ 348 mil a outros 13 candidatos.
A maior doação de Bonfim foi ao candidato ao governo paulista do PSDB, João Doria, um total de R$ 150 mil.
A campanha de Bolsonaro vem negando as irregularidades.