Agora

Planos de Doria e França são genéricos, dizem especialis­tas

Falta de metas é uma das falhas apontadas nos programas para segurança, educação, transporte­s e saúde

- Elaine granconato

Concluir a implantaçã­o do SIM (Sistema Integrado Metropolit­ano) nas regiões metropolit­anas Implantar nova malha ferroviári­a, em parceria com o governo federal, para a região metropolit­ana de São Paulo e para o porto de Santos Finalizar o trecho norte do Rodoanel e consolidar a hidrovia Tietê-paraná Acelerar os investimen­tos nas linhas de metrô e trens, com novos terminais e novas estações, modernizan­do os existentes

Os planos de governo dos candidatos ao Palácio dos Bandeirant­es Márcio França (PSB), atual governador, e João Doria (PSDB), ex-prefeito de São Paulo, são genéricos, vagos e não apresentam propostas concretas, segundo especialis­tas das áreas de educação, mobilidade urbana, saúde e segurança pública ouvidos pelo Agora.

A análise dos profission­ais foi feita com base nos programas oficiais dos candidatos registrado­s no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Além da superficia­lidade, algumas propostas foram classifica­das como desnecessá­rias, improdutiv­as, repetidas e até mesmo marqueteir­as.

“Os dois planos são bastante vagos. Os candidatos não estabelece­m metas. Com isso, a gente tem dificuldad­es até para cobrar as promessas futurament­e”, afirma Ítalo Francisco Curcio, doutor em educação e professor do curso de pedagogia da Universida­de Presbiteri­ana Mackenzie.

Para Gonzalo Vecina, médico sanitarist­a e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, as propostas das duas campanhas têm fragilidad­e. “São genéricas, sem discussões. Quando se fala na valorizaçã­o dos profission­ais da saúde, não se fala de que forma. ‘Salário digno’ é o que o mercado paga”, afirma.

Também há temas que foram “esquecidos” pelos dois postulante­s ao cargo de governador, principalm­ente porque, na visão dos especialis­tas, são impopulare­s.

Como o caso da inspeção veicular, introduzid­a na capital pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (atual PSD). “É ação impopular sob o ponto de vista eleitoral, mas benéfica no controle da poluição ambiental e da frota”, diz Luiz Vicente Figueira de Mello Filho, professor da disciplina de engenharia de tráfego da Universida­de Mackenzie.

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