Agora

Policiais receberiam R$ 1.500 ao escoltar doleiro em Minas

Eles acompanhar­am empresário em transação ilegal que envolvia R$ 14 mi, parte deles falsos

- Rogério pagnan flávia faria (FSP)

Os policiais civis paulistas envolvidos no tiroteio com agentes de Minas Gerais, na sexta-feira passada, receberiam R$ 1.500, segundo a investigaç­ão, para fazer a escolta vip de um empresário e doleiro até Juiz de Fora. Ele iria se encontrar com outro doleiro, em um negócio ilegal que envia cerca de R$ 14 milhões, parte deles falsos.

Durante a transação, houve um confronto entre os policiais que deixou um morto e dois feridos. Quatro agentes paulistas estão presos (veja quadro ao lado).

Segundo investigaç­ões preliminar­es levadas à audiência judicial, os policiais civis paulistas estariam fazendo uma ‘escolta vip’ para o doleiro e empresário Flávio de Souza Guimarães.

O confronto ocorreu em um prédio anexo ao Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora. Um policial mineiro de 39 anos foi morto. O empresário e doleiro mineiro Antonio Vilela levou um tiro no pé. Ele teve alta do hospital na noite de domingo e está preso em Juiz de Fora. Jerônimo da Silva Leal Júnior, dono de uma empresa de segurança que também acompanhav­a o doleiro paulista, foi ferido no abdômen e está internado em estado grave. Ele é irmão do investigad­or Jorge Alexandre Barbosa de Miranda, um dos policiais presos.

“Ao que se presume, o chamado de ‘desacerto’ [entre as partes] ocorreu depois que os ‘negociante­s’ de São Paulo detectaram a falsidade [das notas em reais], reforçando o argumento de que precisavam mesmo de segurança e proteção”, afirma a Justiça mineira.

Operação ilegal

Estando de folga, os agentes podem realizar serviços particular­es. No entanto, segundo a Justiça, há indícios de que os policiais tinham conhecimen­to da ilegalidad­e da transação feita entre os empresário­s. Ainda que não soubessem, diz o documento, era seu dever, como agentes públicos, ter ciência dos fatos com os quais estavam se envolvendo.

Segundo a Secretaria da Segurança, da gestão Márcio França (PSDB), delegados e Corregedor­ia estão em Juiz de Fora. “Comprovado­s desvios de conduta, os policiais envolvidos responderã­o administra­tiva e criminalme­nte, de acordo com os atos de cada um”, afirma.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil