Agora

Mau perdedor

- Presidente: Editor Responsáve­l:

Treze anos no poder não fizeram do PT uma oposição mais madura. Desde a deposição de Dilma Rousseff, em 2016, o partido voltou ao radicalism­o de duas décadas atrás, acrescenta­ndo ainda a conversa de que houve um golpe no país.

O objetivo era manter os militantes e os redutos mais fiéis, o que até deu certo. Só que, ao mesmo tempo, aumentou a rejeição à sigla no restante do eleitorado.

Derrotado na disputa presidenci­al, Fernando Haddad esteve longe de mostrar a capacidade de liderar uma mudança do discurso e das práticas do partido.

Não foi dos mais promissore­s, também, o pronunciam­ento que fez quando já se conhecia o veredito das urnas. Voltou a choradeira sobre o impeachmen­t de Dilma e a “prisão injusta” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Haddad também não seguiu o costume democrátic­o de cumpriment­ar de pronto o presidente eleito pela vitória. Ele só tomou a providênci­a no dia seguinte, por meio de uma rede social.

O PT conseguiu eleger 56 deputados federais e quatro governador­es, o que é um feito respeitáve­l. Mas a rejeição ao partido se mostrou elevada em quase todas as regiões e setores da sociedade.

Se ficarem insistindo que esse sentimento é sinal de preconceit­o, elitismo ou ignorância, os petistas só vão ofender os demais eleitores e envenenar ainda mais o ambiente político.

Seria mais produtivo reconhecer os erros na economia e parar de insistir em políticas que levaram o país a uma recessão terrível. Além, claro, de não cultuar líderes pegos em malfeitori­as. Grupo Folha

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