Especialistas criticam redução de verbas para a área de transportes
Especialistas criticam a redução de recursos previstos no Orçamento para o Metrô e a CPTM, mesmo se, no caso do primeiro, não houver muitas obras em curso. “Essa redução é preocupante. Os investimentos deveriam ser maiores para essas áreas, não ter encolhimento. Possivelmente haverá reflexo no atendimento prestado à população”, diz Sandro Cabral, professor de Estratégia e Negócios do Insper.
Para Vladimir Fernandes Maciel, professor de economia e coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, a redução do Orçamento no primeiro ano do novo governo segue uma estratégia política. “É uma lógica que ficou impregnada nas administrações públicas. Nos dois primeiros anos do mandato não se gasta muito, incrementando o Orçamento no final, que coincide com o período eleitoral. No ano seguinte às eleições, nessa estratégia, o Orçamento costuma ser menor para equilibrar as contas”, afirma.
A avaliação é compartilhada por Sérgio Ejzenberg, engenheiro e consultor de transportes. “A diminuição do Orçamento, principalmente no Metrô, só poderia ser justificada se a malha já estivesse completa, o que ainda está distante de ocorrer. Atualmente, temos apenas 90 km de extensão, quando o ideal são 400 km”, diz. “Na CPTM, embora esteja ocorrendo modernização da malha, ainda tem muita coisa para melhorar. Ainda ocorrem muitas falhas”, diz o consultor.