Bruxas só fazem magias para o bem
A festa de Dia das Bruxas, celebrada hoje, tem como inspiração os personagens mágicos de contos infantis e de filmes de terror. Mas a bruxa com caldeirão, chapéu pontudo e vassoura não é apenas ficção. Em pleno século 21, bruxas e bruxos usam cristais, ervas e energias dos quatro elementos da natureza para pedir por saúde, prosperidade ou abrir os caminhos para o amor.
No Brasil, há duas linhas principais de bruxaria. A Wicca, fundada em 1950 pelo inglês Gerald Gardner (1884-1964), gira em torno da religiosidade, com o culto à Deusa (entidade suprema para os wiccanos). E a bruxaria natural, criada pela brasileira Tânia Gori, 48, em 1996, considerada uma filosofia de vida que influencia até a forma de cozinhar.
“Criei a Casa da Bruxa após estudar e entender que a história da bruxaria era muito anterior à Wicca. Há registros na era paleolítica [‘era da pedra lascada’]. A bruxaria não é uma religião, mas uma filosofia de vida.”
Para repassar seu conhecimento, Tânia criou a Casa da Bruxa em Santo André (ABC), com uma “bruxoteca” composta por 2.000 livros disponíveis para empréstimos, além de produtos à venda como cristais e velas.
Ela defende que qualquer um pode ser mago ou bruxa, pois basta apenas estudar os rituais e assimilar os conhecimentos em torno da prática. “Todo mundo tem esse dom dentro de si, alguns desenvolvem, outros não”, diz Tânia, que explica que a origem grega da palavra bruxa é “desabrochar”.