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Ciro diz ter sido traído por Lula e ‘asseclas’ e que o país ficou órfão

- (FSP)

Terceiro colocado na eleição presidenci­al, Ciro Gomes (PDT) afirmou, em entrevista à reportagem, que foi “miseravelm­ente traído” pelo expresiden­te Lula e seus “asseclas”. Em seu apartament­o, onde concedeu ontem sua primeira entrevista desde a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), Ciro nega ter lavado as mãos ao ter viajado depois do primeiro turno.

“A gente trai quando dá a palavra e faz o oposto. Quem tiver prestado a atenção no que falei, está muito clara a minha posição de que com o PT eu não iria. Não declarei voto ao Haddad porque não quero mais fazer campanha com o PT”, disse.

O pedetista crítica a atuação do PT para impedir o apoio do PSB à sua candidatur­a e diz que considerou um insulto convite de Lula para assumir o papel de seu vice no lugar Fernando Haddad (PT). “Você imagina conseguir do PSB neutralida­de trocando o governo de Pernambuco e de Minas Gerais? Em nome de que foi feito isso? Em nome de qual espírito público, razão nacional, interesse popular. Projeto de poder miúdo e mesquinho. De poder e de ladroeira. O PT elegeu Bolsonaro. Todas as pesquisas, não sou eu quem estou dizendo, dizem isso.”

Ciro voltou atrás na declaração de que deixaria a política caso Bolsonaro ganhasse a eleição.

“Eu disse isso comovidame­nte porque um país que elege o Bolsonaro eu não compreendo tanto mais, o que me recomenda não querer ser seu intérprete. Entretanto, do exato momento que disse isso até hoje, ouvi um milhão de apelos de gente muito querida. E, depois de tudo o que acabou acontecend­o, a minha responsabi­lidade é muito grande. Não sei se serei mais candidato, mas não posso me afastar agora da luta. O país ficou órfão.”

O ex-governador do Ceará despista sobre sua possível candidatur­a em 2022.

“Quem conhece o Brasil sabe que você afirmar uma candidatur­a a 2022 é um mero exercício de especulaçã­o, porque a adrenalina não pacificou. Só essa cúpula exacerbada do PT é que já começou a campanha de agressão. Eu não. Tenho sobriedade e modéstia. Acho que o país precisa se renovar”, afirmou.

Ciro negou que, com a sua postura de neutralida­de, tenha lavado as mãos no segundo turno.

“Não foi neutralida­de. Quem declara o que eu declarei não está neutro. Agora, o que estava dizendo, por uma razão prática, não iria com eles se fossem vitoriosos, já estaria na oposição. Mas estava flagrante que já estava perdida a eleição.”

“A gente trai quando dá a palavra e faz o oposto. Quem tiver prestado a atenção no que falei, está muito clara a minha posição.”

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Jarbas Oliveira/folhapress Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar na corrida presidenci­al, diz ter sido traído por Lula e ‘asseclas’

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