Câmara resiste a aprovar em 2018 reforma da Previdência
Novo governo fala em aprovar parte das mudanças neste ano, mas falta de apoio no Congresso é entrave
O novo governo aposta na reforma da Previdência como uma de suas medidas mais urgentes, mas encontrará resistência para já começar a aprovar alterações neste ano.
A reforma deverá ser o primeiro teste de realidade pelo qual passará Paulo Guedes à frente da área econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O futuro ministro considera a reforma “a mais importante e rápida” medida a ser adotada pelo novo governo, com o objetivo de atacar o aumento dos gastos.
Ao chegar à reunião com a equipe do presidente eleito, ontem, Guedes defendeu a aprovação da reforma de Michel Temer (MDB), além de uma segunda rodada de mudanças, com vistas a adotar o regime de capitalização.
Guedes tem apoio de Bolsonaro. Nas TVS anteontem, o capitão afirmou que conversaria com Temer para tentar aprovar “ao menos parte” da reforma em 2018.
Guedes atribuiu a reação negativa do mercado após a eleição a críticas de Onyx Lorenzoni sobre a viabilidade de aprová-la neste ano. “Houve gente falando que não tem pressa de fazer a reforma da Previdência. O mercado reagiu mal”, disse. “É um político falando de economia, é a mesma coisa de eu sair falando de política, não vai dar certo”, disse.
Mais tarde, admitiu dificuldade política. “Do ponto de vista econômico, estamos atrasados. Essa reforma podia ter sido feita lá atrás, evidentemente tem o cálculo político. Nosso Onyx corretamente não quer que uma vitória nas urnas se transforme numa confusão no Congresso. Se o Congresso não tiver condições de aprovar, nos submetemos.”
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já alertou que uma derrota na votação da reforma seria ruim para o presidente eleito e pediu paciência. “Precipitado é votar qualquer coisa sem voto. Com voto nada é precipitado. Votar qualquer matéria, Previdência ou não para o futuro governo sofrer uma derrota eu acho que é ruim. Então vamos ter que ter paciência.”
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sobre o novo governo nas págs. A7 a A9