Agora

Ministrolâ­ndia

- Presidente: Editor Responsáve­l:

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), pretende promover um enxugament­o radical no primeiro escalão federal, reduzindo o número de ministros dos atuais 29 para cerca de 15. Isso é bom ou ruim?

A primeira coisa a dizer é que, infelizmen­te, essa medida não significa nenhuma grande economia para os cofres públicos. Como os servidores têm estabilida­de no emprego, aqueles que trabalham num órgão a ser extinto terão de ser acomodados em outro.

O que pode haver, isso sim, é uma melhora da gestão: com menos gente dando palpite, as decisões podem sair com mais rapidez. Mas isso depende de como o governo vai ser organizado.

A pasta da Economia, por exemplo, terá de cuidar de tanta coisa diferente (impostos, gastos, salários, Orçamento, reformas) que pode acabar contrarian­do outros blocos importante­s do Executivo ou do Congresso.

Nessas horas, o presidente é que vai ter de decidir quem tem razão. E aí veremos quais são os superminis­tros de verdade.

De todo modo, essa reforma vai favorecer, pelo menos de início, a imagem do governo. A farra da criação de ministério­s, principalm­ente durante a era petista, gerou uma justa indignação entre os brasileiro­s.

No governo Dilma Rousseff, foi atingido o recorde de 39 órgãos com essa condição. Estava na cara que muitos estavam ali só para abrigar gente do partido e outros políticos interessad­os em cargos e verbas.

Difícil imaginar, por exemplo, qual era a necessidad­e de uma pasta da Pesca. Ou para que uma dos Transporte­s, outra dos Portos e uma terceira da Aviação Civil.

Agora, quem sabe, conseguire­mos lembrar o nome dos ministros do Executivo. Grupo Folha

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