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Moro deixa Lava Jato e terá superminis­tério da Justiça

Titular da maior operação contra a corrupção deixa carreira de juiz para aceitar convite

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Principal voz da maior operação de combate à corrupção da história brasileira, o juiz Sergio Moro decidiu ontem desembarca­r da Lava Jato e aderir ao governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Após uma conversa com o presidente de cerca de duas horas no Rio de Janeiro, para onde viajou desde Curitiba pela manhã, Moro aceitou o convite para chefiar o que está sendo chamado de um superminis­tério da Justiça.

Isso o obrigará a pedir exoneração de sua carreira na Justiça Federal do Paraná, o que ele afirmou ter feito “com certo pesar”.

“A perspectiv­a de implementa­r uma forte agenda anticorrup­ção e anticrime organizado, com respeito à Constituiç­ão, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocesso­s por um bem maior”, disse Moro em nota divulgada pouco depois da reunião.

O Ministério da Justiça unificará a pasta da Segurança Pública —a quem a Polícia Federal está subordinad­a— e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeira­s), hoje ligado à Fazenda.

Há também a possibilid­ade de somar a pasta da Transparên­cia e Controlado­ria Geral da União, mas, segundo Bolsonaro, essa alteração ainda “carece de estudo”.

A primeira sondagem foi feita ainda na campanha eleitoral, por meio do economista Paulo Guedes, futuro ministro da Economia. O juiz centraliza­rá as ações de uma grande bandeira de Bolsonaro: o combate ao crime.

Em entrevista após o anúncio, Bolsonaro reforçou que o juiz terá total autonomia para compor sua equipe. “Ele vai indicar todos que virão a compor o primeiro escalão. Inclusive o chefe da Polícia Federal”, afirmou.

Bolsonaro prometeu não fazer interferên­cias no combate à corrupção. “Mesmo que viesse a mexer com alguém da minha família no futuro. Não importa. Eu disse a ele. É liberdade total pra trabalhar pelo Brasil.”

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sobre o convite a Sergio Moro nas pags. A4 e A5

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Mauro Pimentel/afp O juiz federal Sergio Moro, após deixar a casa do presidente eleito, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde aceitou convite para ser ministro da Justiça; magistrado terá de pedir exoneração da Justiça no Paraná

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