Oito em dez perderam auxílio no pente-fino
Entre os aposentados por invalidez, menos gente ficou sem o benefício; exames acabam em dezembro
O INSS cortou o auxíliodoença de oito em cada dez trabalhadores que passaram por uma perícia de revisão no pente-fino. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, desde agosto de 2016, quando começou, foram realizadas 1.124.789 perícias no país.
De 464.429 trabalhadores com auxílios-doença que passaram por uma nova análise médica, 359.553 foram cortados, ou 77,42%. No caso das aposentadorias por invalidez, os cortes são menos frequentes. De 679.503 aposentados avaliados, 192.571 ficaram sem a renda —28,34%. Também foram cancelados 73.722 benefícios de pessoas que foram convocadas, mas não compareceram à perícia.
Há ainda 60.378 casos, 27.997 auxílios e 32.381 aposentadorias, de cortes por outros motivos, como morte do segurado e decisões judiciais que encerravam o pagamento.
A economia com os cortes é de R$ 13,8 bilhões, segundo os cálculos do Ministério do Desenvolvimento Social. A expectativa do governo é que as perícias médicas do pente-fino terminem até o mês que vem.
Para o advogado Rômulo Saraiva, o objetivo principal da operação é cessar benefício de segurados que têm capacidade laboral. Porém, na prática, há um número expressivo de pessoas em tratamento e ainda incapazes que também tiveram o benefício cortado. Nesses casos, a recomendação é ir à Justiça para tentar recuperar o pagamento. Para especialistas, as perícias da Justiça e do INSS também podem ter avaliações diferentes na hora de definir se há ou não incapacidade para o trabalho.
Do total de 563.771 auxílios-doença e 1.004.886 de aposentadorias por invalidez que o governo pretende avaliar, ainda restam 16.766 e 94.711, respectivamente, para serem revisados no pente-fino do INSS. Quem for convocado deve marcar uma perícia pelo telefone 135. Ao ligar, tenha em mãos ao menos um dos seguintes números de documentos: