Anfitrião da festa confessa assassinato
Edison Brittes Júnior alega que o jogador teria estuprado sua mulher, o que o seria o motivo do crime
O empresário Edison Brittes Júnior, de 36 anos, conhecido como Juninho, confessou ter assassinado o ex-jogador do São Paulo Daniel, de 24. Ele se entregou ontem à polícia, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, para prisão temporária de 30 dias.
Cristiana, 38, mulher do suspeito, e a filha Allana, de 18, também estão detidas “para averiguações” —o casal ainda tem outra filha de 11 anos. A Polícia Civil trabalha para converter a detenção temporária em preventiva.
O delegado Amadeu Trevisan, responsável pelo caso, acredita que, além de Brittes, pelo menos mais três pessoas participaram do assassinato, e que a mulher e a filha do suspeito “estiveram o tempo todo no palco do crime”. “Vamos provar que ele [Brittes] matou e fez isso de forma insidiosa, cruel e desnecessária. Quando vimos o corpo, vimos que se tratava de crime de conotação sexual e o autor não fez aquilo sozinho. Todos que estavam no local do crime podem ser entendidos como cúmplices. Inclusive as mulheres podem ser chamadas de coautoras. Nós estávamos atrás da autoria, e ela já está materializada. Sozinho, ele não fez isso. Com certeza, mais pessoas participaram do assassinato”, enfatizou Trevisan.
O advogado de Brittes, Claudio Dalledone, alega que Cristiana teria sido estuprada pelo jogador, e que o marido dela agiu para defendê-la. “Em um dado momento, estavam todos confraternizando na churrasqueira e ouviuse um pedido de socorro. O Edison foi até o quarto, arrombou a porta que estava trancada e flagrou Daniel sem calças, montado em cima da mulher dele, que estava dormindo há algumas horas”, disse o advogado.
O delegado, porém afirmou que as autoridades ainda não sabem se houve estupro ou se Daniel apenas se deitou ao lado de Cristiana Brittes. A mulher ainda não fez exame de corpo de delito.
“Mesmo que tenha havido uma tentativa de estupro, a reação foi totalmente desproporcional. Ainda que tenha havido o estupro, como que ele poderia agir dessa forma?”, questiona Trevisan.
Em sua declaração, Juninho disse que Daniel não era conhecido da família. Já o delegado afirma que era, já que o jogador teria ido ao aniversário da filha de Juninho um ano antes. Concurso 825