O esporte na alça de mira
A eleição chegou ao fim e Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito o novo presidente da República. No entanto, se a definição do vencedor nas urnas já deveria dar uma noção do que acontecerá com o esporte brasileiro a partir de 1º de janeiro de 2019, isso ainda não é possível.
Simplesmente porque o esporte foi esquecido no programa de governo de Bolsonaro. Desde o início. Em nenhum momento foi citada a palavra esporte em suas intenções. O mais próximo que chegou foi quando citou “a inclusão dos profissionais de Educação Física no programa Saúde da Família”.
Mesmo sem a confirmação oficial, o esperado é que o Ministério do Esporte seja extinto e que a pasta entre apenas como uma secretaria dentro do Ministério da Educação e Cultura. Assim, relegado a segundo plano, chegaria ao fim a autonomia que o Ministério ganhou em 2003, quando foi criado.
A consequência imediata é a diminuição da verba pública, que já está pequena por causa da crise econômica. Ainda há a possibilidade de acabar ou diminuir a abrangência de programas que ajudaram a profissionalizar o esporte no país, como a Lei de Incentivo ao Esporte, a Bolsa Atleta, o Plano Brasil Medalhas e, principalmente, a Lei Agnelo-piva, criada no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e que destina 2% da arrecadação das loterias ao desenvolvimento do esporte.
Se isso tudo realmente acontecer, será uma tristeza para a comunidade esportiva, que acompanharia o desempenho internacional dos atletas cair a níveis de décadas atrás, quando o investimento era pequeno.
Segundo o deputado federal Luiz Lima (PSL), ex-nadador da seleção, a ideia é valorizar o atleta, tirando o poder do COB e da CBF. Como isso será feito? Só esperando para ver no ano que vem.