Parentes se surpreendem com furtos em cemitério
Familiares que foram ao cemitério da Lapa no Dia de Finados encontraram túmulos sem placas e portões
Familiares que foram ontem ao Cemitério Municipal da Lapa, na Vila Leopoldina (zona oeste), durante o Dia de Finados, se surpreenderam ao encontrar túmulos sem placas de bronze com fotos dos parentes e nomes das famílias e sem portões. O local é administrado pela gestão Bruno Covas (PSDB).
Há exatos 18 dias, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) flagrou, de madrugada, três suspeitos que furtavam o material de dentro do cemitério. Um carro estava estacionado do lado de fora para fazer o transporte das peças.
“É uma falta de respeito. Além de tristeza, sinto raiva de quem tem coragem de fazer algo assim. E mais ainda daquele que compra”, afirmou a microempresária Aline Carissio Silva, 28 anos, que foi ao cemitério à tarde, com a mãe, visitar o túmulo do avô e de outros familiares.
A mesma mistura de sentimentos, aliada à indignação, foi da ex-secretária aposentada, hoje dona de casa, Emilia Aparecida Crotti Benevides, 58 anos. Do túmulo da família Niro, só restaram duas fotos. Outras sete armações em bronze foram retiradas. “Para a família, é algo tão sagrado”, disse Emilia, perplexa, ao lado da prima Lucineia Niro, 57 anos, do mesmo bairro.
Na administração do cemitério, os parentes que iam se queixar eram orientados a ir a uma sala ao lado. No local, várias placas de bronze, com ou sem fotos, além de letreiros com os nomes das famílias, recuperados na ação em flagrante da GCM, estavam no chão para que os familiares pudessem procurar. Havia também três portões.
Além dos furtos das placas, alguns frequentadores também reclamaram das ruas de passeios esburacadas e da quantidade de folhas de árvores caídas no cemitério. “Está muito abandonado. A prefeitura tem de melhorar a manutenção”, disse a aposentada Aparecida Teresa Cabral Lopes, 83 anos, que foi visitar o túmulo do filho.