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PM mata motorista de Uber com tiro na cabeça na capital

Cabo teria dito ‘vai’ e atirado contra rapaz, que morreu na hora. Policial disse que disparo foi acidental

- (UOL)

Um motorista de Uber morreu anteontem ao ser baleado na cabeça por um policial militar em um bairro da periferia da zona sul da capital. O policial afirmou que o disparo foi acidental, pagou fiança e foi liberado pela Polícia Civil. A Corregedor­ia investiga o caso.

Caio Rodrigo Medina Vaz Amancio, 24, morava no Capão Redondo (zona sul) com a mulher, a atendente de caixa Raissa da Silva Claudio, 22. Anteontem à tarde, ele foi com um vizinho, dirigindo um Honda Fit cinza, ano 2009, até o Jardim São Luís, na mesma região, buscar seu carro. O veículo estava na funilaria após uma batida.

Um vizinho de Amancio, que estava no banco de passageiro, disse a familiares da vítima que um carro da PM se aproximou para abordá-los por volta das 16h20.

Assim que os policiais emparelhar­am, o cabo Carlos Antonio Ribeiro de Souza, 34, da 1ª Companhia do 1º Batalhão, teria dito “vai” e atirado na cabeça do motorista, que morreu na hora.

O policial teria admitido o erro à Polícia Civil. Segundo boletim de ocorrência registrado pelo delegado Beneal Fermino de Brito, do 92º DP (Parque Santo Antônio), o cabo Ribeiro de Souza disse que o disparo foi acidental. O policial militar foi detido em flagrante, mas pagou fiança de R$ 1.000 e foi liberado.

“Logo que houve o emparelham­ento, o encarregad­o da guarnição, de arma em punho, acabou efetuando disparo acidental que culminou com alvejament­o na cabeça do motorista do outro veículo”, escreveu o delegado no registro da ocorrência.

A corporação disse que a Corregedor­ia está apurando o caso, que foi registrado como homicídio culposo (sem intenção de matar).

A mulher de Amancio afirmou querer justiça. “Da mesma forma que ele fez com o Caio, ele pode fazer com qualquer outra pessoa. Ele acha que é a lei, pode fazer e acontecer”.

Raissa disse que, numa primeira versão, os PMS disseram ter confundido o celular do motorista com uma arma. “Tiraram a vida de um trabalhado­r”, afirmou.

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Arquivo pessoal O motorista Caio Rodrigo Medina Vaz Amancio, 24 anos, que morava no Capão Redondo com a mulher
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Divulgação

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