Agora

Informalid­ade recorde atinge 42,8% dos trabalhado­res

Quatro em cada dez profission­ais estão no mercado informal, com renda menor e em busca de vaga

- Anaïs fernandes larissa quintino (FSP)

De cada dez brasileiro­s que estavam trabalhand­o no terceiro trimestre deste ano, quatro deles atuavam na informalid­ade, apontam os dados da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a).

Entre junho e setembro, o país registrou 92,6 milhões de pessoas ocupadas.

Dessas, quase 42,8%, ou 39,7 milhões de pessoas, não tinham carteira assinada, somando empregados dos setores privado e público sem registro, trabalhado­res por conta própria sem CNPJ, domésticas sem carteira e quem trabalha em família.

Esse é o maior percentual trimestral registrado pela Pnad desde que o levantamen­to começou a separar os profission­ais por conta própria com e sem CNPJ, no final do ano de 2015.

No terceiro trimestre de 2018, a taxa de desemprego no país ficou em 11,9%, 0,5 ponto percentual abaixo da registrada no mesmo período do ano passado. O alívio, no entanto, veio com o avanço de 1,5% na população ocupada, resultado da entrada de 1,3 milhão de pessoas no mercado de trabalho —especialme­nte na informalid­ade.

Thiago Xavier, da consultori­a Tendências, observa que, desse total, 601 mil trabalhava­m no setor privado sem carteira assinada e outros 585 mil atuavam por conta própria —sendo 236 mil sem registro. “A rota de entrada é a informalid­ade.”

O ideal, segundo especialis­tas, seria que, após voltar ao mercado na informalid­ade, o trabalhado­r conseguiss­e a carteira assinada, como ocorreu com o motorista Nivaldo Constantin­o, 46.

Ele perdeu o emprego como motorista em junho e passou a utilizar sua moto para fazer entregas. No mês passado, a mesma empresa que o demitiu ofereceu uma nova vaga, mas como motociclis­ta. “A necessidad­e me abriu uma nova área. Estou feliz”, diz Constantin­o.

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Adriano Vizoni/folhapress A maquiadora Cássia Lins Barbosa Vila Real, 31 anos, quer ter carteira assinada de novo para trabalhar por meio período; ela diz que a renda atual é muito baixa

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