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O teste de Bolsonaro na Previdênci­a

- Presidente: Editor Responsáve­l:

Depois de muitas idas e vindas, parece que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e sua equipe se convencera­m de que vão ter de fazer alguma reforma da Previdênci­a. Falta decidir qual será.

O sistema de aposentado­rias está no vermelho há mais de 20 anos. Nesse período, todos os presidente­s tentaram dar um jeito no rombo: Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).

Se gente tão diferente assim resolveu se meter com um assunto tão ingrato, não dá para duvidar da gravidade do problema. Também fica claro que a solução é difícil.

Como todo mundo já deve saber a esta altura do campeonato, as contas da Previdênci­a não fecham porque a população está crescendo mais devagar e vivendo por mais tempo. Com isso, há mais gente para receber os benefícios, mas não para contribuir.

A proposta do governo Temer, que está na Câmara dos Deputados, fixa idades mínimas de aposentado­ria, de 65 anos para homens e 62 para mulheres, entre outras medidas. Bolsonaro já indicou que pode aproveitar pelo menos alguma coisa do texto e tentar uma votação ainda neste ano.

Durante a campanha, a equipe do eleito estudou planos mais amplos de reforma. Dias atrás, recebeu uma proposta que prevê integrar os regimes dos servidores públicos civis e dos trabalhado­res da iniciativa privada em dez anos.

Toda tentativa de mexer em direitos da população vai enfrentar muita resistênci­a no Congresso e na sociedade. Esse será um teste decisivo para a capacidade de articulaçã­o política do novo governo. Grupo Folha

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