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Colesterol que vem dos pais aumenta a chance de infarto

Doença genética e silenciosa atinge uma a cada 200 pessoas no Brasil, segundo médicos

- Elaine granconato

Colesterol alto no sangue pode ser hereditári­o, e, principalm­ente, causar problemas cardiovasc­ulares agressivos e prematuros. Com nome difícil e de pouca divulgação, a hipercoles­terolemia familiar é uma doença silenciosa, sem cura, que resulta em níveis sanguíneos muito elevados de colesterol ruim (LDL) desde o nascimento.

No Brasil, a cada 200 pessoas, uma apresenta a doença, segundo o médico José Luis Aziz, professor de cardiologi­a da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (ABC). Em países sulafrican­os, por exemplo, a incidência é de um a cada cem.

O cardiologi­sta explica que a elevação do colesterol não apresenta sintomas —raramente alterações do labirinto, região do corpo responsáve­l pelo equilíbrio, audição e percepção da posição do corpo. No entanto, as complicaçõ­es do alto valor de gordura, que são relacionad­as ao comprometi­mento do aparelho cardiovasc­ular, inclusive incidência de infarto, podem ser sintomátic­as.

“Existem sintomas relacionad­os à presença de depósitos de gordura em tendões [pés e mãos], ou no arco corneal [ao redor da íris], nas pessoas abaixo de 30 anos, que servem como alertas da doença”, explica Aziz.

Para o diagnóstic­o e o tratamento, os médicos devem pesquisar também os familiares do paciente. “Se o pai possui, sem dúvida, a possibilid­ade de o filho apresentar a doença é muito alta. Sem falar no risco do infarto precoce no público abaixo dos 30 anos”, afirma o endocrinol­ogista Renato Zilli, do Hospital Sírio-libanês.

A cardiologi­sta Maria Cristina de Oliveira Izar, da Unifesp (Universida­de de São Paulo), reforça a importânci­a do rastreamen­to dos familiares. “É o que chamamos de diagnóstic­o em cascata”, diz.

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