Defesa de Lula recorre e pede a sua soltura
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou ontem no STF (Supremo Tribunal Federal) com novo pedido de liberdade alegando que o fato de o juiz federal Sergio Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância, ter aceitado o cargo de ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PSL) provaria que o magistrado é parcial.
“A dimensão política dos atos praticados pelo juiz [Sergio] Fernando Moro deve ser destacada: é quando incursiona nesta seara que o magistrado se afasta do legítimo exercício da atividade jurisdicional para tornar-se parte interessada no processo”, informa o documento apresentado ao Supremo.
No documento apresentado ao STF, a defesa destaca que segundo recentes revelações, já públicas e notórias, Moro “mantinha contato com a alta cúpula da campanha do presidente eleito —que, por seu turno, manifestou desejo de que o paciente [Lula] venha a apodrecer na cadeia”.
No início do mês, o general Hamilton Mourão, vice do presidente eleito, disse que a primeira abordagem aconteceu há algumas semana.
Férias
Sergio Moro pediu ontem férias à Corregedoria da Justiça Federal da 4ª Região e diz que se afasta da Operação Lava Jato para evitar “controvérsias desnecessárias”.
O afastamento se estende até o fim do ano.
Para assumir o ministério, Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância em Curitiba, afirma que pedirá exoneração do cargo em janeiro, “logo antes da posse no novo cargo”. O juiz diz ter aceitado o cargo de ministro com “pesar”.