Garoto de peito
Meia-atacante de 18 anos exibe qualidade em sua estreia como profissional e espera novas oportunidades
Os pedidos para que Diego Aguirre promovesse a estreia de Helinho entre os profissionais do São Paulo foram ouvidos na volta para o segundo tempo da partida contra o Flamengo, no último domingo. Cinco minutos depois, o garoto já tinha um golaço no currículo.
O meia-atacante de 18 anos não demorou a mostrar algumas de suas qualidades. Em jogada pela direita, cortou para o pé esquerdo, o seu melhor, e acertou o ângulo direito de César em finalização de fora da área.
“Posso dizer que foi a realização de um sonho de infância”, afirmou o jovem, ainda bastante tímido sem a bola nos pés.
Com ela, Helinho deu um primeiro sinal de que não é infundada a expectativa alta em torno de seu futebol. E exibiu, logo de cara, uma personalidade que não foi vista em outros atletas tidos como talentosos de Cotia —cidade que é a sede das categorias de base tricolores.
“Tivemos uma grande revelação, que vai ser um jogador importante para o time. A gente ganha mais um jogador”, elogiou o experiente companheiro Diego Souza, de 33 anos.
O reconhecimento deverá mudar a rotina do garoto de Sertãozinho. Acostumado a ir a pé ao CCT da Barra Funda, bem próximo de sua casa, ele passará a ter outro tratamento da torcida —parte da qual já clamava por seu aproveitamento na equipe.
Da parte da diretoria, a constatação do valor do atleta já havia ocorrido. Em maio, foi assinado um contrato que o liga ao São Paulo até abril de 2023.
Base ganha espaço
Quando Helinho foi acionado, no início do segundo tempo, encontrou dois velhos conhecidos em campo. Os volantes Luan, de 19 anos, e Liziero, de 20, tinham sido escalados em um time no qual a turma de Cotia vem ganhando espaço.
“Voa, molecada”, comemorou o coordenador da base tricolor, Pedro Smania, ciente de que Helinho deixará de atuar pela formação sub-20 do Morumbi.
“Acabei de perder o atacante da Copa São Paulo”, disse, referindo-se à tradicional competição de juniores, marcada para janeiro. “Esse é o desfalque do qual a base sente orgulho.”
Outros garotos esperam a vez no time principal. É o caso de Antony, 18, Toró, 19, e Igor Gomes, 19, todos jogadores ofensivos.