Agora

Pacote de medidas contra corrupção é uma das prioridade­s

- (FSP)

Ao longo de quase duas horas de entrevista, o juiz Sergio Moro voltou a defender a implantaçã­o de uma agenda anticorrup­ção e anticrime organizado, dizendo que irá usar estratégia­s da Operação Lava Jato, como a implantaçã­o de forças-tarefas e a priorizaçã­o de determinad­as propostas nos primeiros meses de governo.

O juiz pretende aprovar o primeiro pacote de medidas anticorrup­ção em seis meses, num diálogo com o Congresso. Entre elas, estão a alteração de regras de prescrição de crimes, a execução imediata da pena em sentenças de tribunais de júri (que julgam crimes contra a vida) e a proibição de progressão de regime para membros de facções criminosas.

Sobre a decisão de aceitar o ministério, Moro afirmou ela “não tem nada a ver com o processo do [ex-presidente] Lula”, a quem ele condenou por corrupção e lavagem de dinheiro no ano passado, e de quem Bolsonaro se tornou o principal antagonist­a político nesta eleição.

“Eu não posso pautar minha vida com base numa fantasia, num álibi falso de perseguiçã­o política”, afirmou o futuro ministro.

“Sei que alguns eventualme­nte interpreta­ram a minha ida como uma espécie de recompensa. É algo absolutame­nte equivocado, porque minha decisão [que condenou Lula] foi tomada em 2017, sem qualquer perspectiv­a de que o então deputado federal [Bolsonaro] fosse eleito presidente da República”, disse.

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