Jovens foram mortos pela PM sem ter reação
Relatório da Ouvidoria da Polícia de São Paulo concluído nesta semana afirma haver “fortes indícios” de que os quatro adolescentes mortos em uma ação da Força Tática da PM no mês passado, em uma favela da zona oeste da capital, foram atacados a tiros sem esboçarem reação à abordagem policial.
A conclusão tem como base depoimento de testemunhas, vídeos da noite das mortes e os laudos periciais produzidos pela Polícia Científica de São Paulo. São perícias no local do ataque, nos corpos das vítimas e nas armas dos PMS, apreendidas como sendo dos jovens.
Os laudos convergem para o possível assassinato dos jovens, de 15 a 17 anos, com uma série de disparos nas costas e nos braços das vítimas, inclusive quando estariam com as mãos para cima.
“Há indícios muito fortes de que não houve confronto armado. As vítimas foram mortas sem mostrar resistência”, diz o ouvidor das polícias Benedito Mariano. “Há indício forte de que a versão dos policiais não condiz com a realidade dos fatos.”
O corregedor geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Marcelino Fernandes, disse ter recebido o relatório da Ouvidoria e que concorda haver “provas indiciárias” contra os policiais. “Não houve a obediência aos padrões de abordagem”, disse.
Em outra ocorrência, o adolescente Vinícius Luís da Silva Cruz, 15, foi morto durante abordagem da PM a uma moto no Jaraguá (zona norte), em 31 de outubro.
Segundo o advogado Ariel de Castro Alves, há investigação para apurar a morte do garoto e a prisão arbitrária, segundo ele, de jovem de 19 anos que estava com Cruz. A Corregedoria da PM afirma não ter recebido denúncia referente ao caso, mas que está à disposição para registrar a denúncia da família. Os policiais estão afastados das atividades até a conclusão da investigação.