Polícia vai acusar a família por homicídio qualificado
Delegado afirma que assassino confesso ameaçou testemunha para dizer que Daniel teria saído da casa
O assassinato de Daniel Corrêa Freitas, ex-meia de São Bento, São Paulo, Botafogo e Coritiba, deve ser tratado como homicídio qualificado por conta do estado de embriaguez da vítima. A informação foi divulgada ontem pelo delegado Amadeu Trevisan, de São José dos Pinhais (PR), cidade onde foi encontrado o corpo.
Segundo o delegado, o meia não poderia se defender. “Recebemos um laudo só até agora, que é o de dosagem alcoólica do corpo da vítima. Percebe-se que o Daniel estava bastante embriagado, com 13,4 dg/l de álcool no sangue [equivalente a 5 ou 6 copos de cerveja]”, explicou o delegado, afirmando que “não havia presença de drogas”.
Trevisan relatou os nomes de outros três suspeitos que devem ser indiciados por homicídio qualificado. Além do empresário Edison Brittes Júnior, único a confessar o crime, foram citados David Willian Vollero da Silva (18 anos) e Igor King (19), amigos de Allana que já se apresentaram à Polícia Civil, e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva (19), primo da Cristiana.
“Pode-se colocar uma qualificadora. A vítima estava completamente indefesa, com 13,4 dg/l de álcool no sangue. E também foram quatro pessoas que dominaram a vítima: o David, o Eduardo, o Igor e mais o Edison”, acrescentou.
Ameaças
Outro fator que deve complicar Edison foi a coação de testemunhas dias após o crime, confirmada pela investigação da polícia. “Houve a coação de testemunhas em um shopping. Eles foram na segunda-feira, quando coagiram a testemunha”, afirmou o delegado. “Cristiana, Allana e Edison se reuniram com a testemunha em um shopping, onde o Edison pede para que eles fechem uma história só. Eles queriam tirar algumas pessoas que estavam na casa do rol de testemunhas. O Edison é muito claro, e ele adverte, ameaça a testemunha que não poderia romper aquele elo.”
De acordo com a versão combinada, Daniel teria visto o portão da casa aberto pela manhã e ido embora, tomando “rumo ignorado”.
De acordo com o delegado, depois Edison mudou sua versão e acusou Daniel de tentar estuprar Cristiana. No entanto, segundo relatos de uma testemunha, os gritos só teriam começado após a entrada de Edison na casa. “Eles (família Brittes) começaram mentindo, inventando uma história. Logo após descoberta a autoria, eles mudaram a versão. A família tentou modificar toda a primeira história em uma fraude processual inconteste, em uma coação de testemunhas. Iremos mostrar isso após a oitiva das testemunhas”, disse o delegado.
Segundo testemunhas citadas pelo delegado, “inclusive a própria Allana”, Daniel se mexia ao sair da casa. “Logo, obviamente, estava vivo. Ele se mexia, mas não falava mais nada”, disse o delegado. Edison será interrogado hoje de manhã.