Prensa na Previdência
Na Câmara, o deputado Jair Bolsonaro não quis saber de votar a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo Michel Temer (MDB).
Agora presidente eleito pelo PSL, ele torce para que o texto avance ainda neste ano. Seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a defender uma “prensa” nos congressistas.
Como a expressão não foi das mais felizes, o próprio Bolsonaro tratou de consertar a fala de seu auxiliar. “Ninguém vai pressionar o parlamentar. Nós vamos é convencê-lo.”
Não vai ser fácil convencer a turma a votar um projeto tão polêmico faltando menos de dois meses para o final do ano.
Como envolve uma mudança na Constituição, a reforma depende dos votos de 308 dos 513 deputados e de 49 dos 81 senadores (60% das duas Casas). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já disse que acha difícil algum progresso neste ano.
É claro que uma votação dependeria do empenho e da capacidade de negociação de Bolsonaro. Temer, em final de mandato, não tem mais nada a oferecer aos parlamentares.
O problema é que o prazo é curto, e o presidente eleito ainda precisa gastar muita energia com outros assuntos, como a montagem do ministério (nem mesmo se sabe direito até agora quantas pastas vão ficar na Esplanada).
Parece provável, portanto, que o novo governo assuma já sob a pressão de encaminhar ao Congresso a sua proposta para a Previdência. Se não agir logo, Bolsonaro é que vai tomar uma prensa do mercado. Grupo Folha