Polícia Federal investiga ameaças a professores
Recife A reitoria da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) acionou, ontem, a Polícia Federal e Ministério Público Federal para apurar ameaças a professores e alunos da instituição a partir de intolerância política.
O texto, com ataques e citações nominais, deixado anteontem em alguns pontos do CFCH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas), diz que “doutrinadores esquerdistas serão banidos em 2019”.
Na carta, que causou apreensão no campus universitário, alunos e professores são chamados de “veados”, “comunistas”, “feminazis”, “invasores”, “prostitutas”, “degenerados‘ e “defensores de travecos”.
Os professores mencionados abordam em suas aulas questões de gênero, políticas de drogas, desigualdades, violência e conflitos sociais.
A carta, conforme relato de professores, foi colocada inicialmente por baixo da porta do Diretório Acadêmico de História e colada em alguns pontos. Ao perceberam que se tratava de uma ameaça, alunos arrancaram o papel da parede. O texto viralizou rapidamente no Whatsapp.
Referência no Brasil em pesquisa na área de segurança pública, o professor do departamento de Sociologia da UFPE, José Luiz Ratton, é um dos docentes citados.
“Os ataques dirigidos a nós são, fundamentalmente, ofensas às várias e desejáveis formas de afirmação da cidadania brasileira, à autonomia da universidade pública, às liberdades civis e à democracia”, relatou Ratton, nas redes sociais.