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Ações contra Paulo Preto têm risco de prescrever

Ex-diretor da Dersa está perto de chegar aos 70 anos de idade e processos estão parados no Supremo

- (FSP)

A prescrição de parte dos crimes atribuídos ao ex-diretor de Engenharia da Dersa (estatal paulista de rodovias) Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, já é dado como certo por investigad­ores do caso.

Isso porque Souza chega 70 anos no dia 7 de março e o principal inquérito contra ele ainda está no Supremo Tribunal Federal, apesar de haver uma decisão de que os autos voltem à Justiça de SP.

Essa investigaç­ão trata da suspeita de cobranças de propinas para o PSDB na gestão José Serra (2007-2011), e foi no âmbito dela que se descobriu que Souza movimentou 35 milhões de francos suíços (hoje, R$ 131 milhões) em contas no exterior.

A legislação prevê que, quando alguém alcança os 70, possíveis crimes cometidos levam metade do tempo para caducar.

Em setembro do ano passado, o ministro Gilmar Mendes solicitou que uma investigaç­ão em andamento no âmbito da Justiça Federal em São Paulo fosse remetida ao STF porque continha fatos que também era apurados em inquérito contra Serra.

O julgamento ocorreu em 28 de agosto, com a 2ª Turma decidindo que as acusações contra Serra prescrever­am, porque se tratavam de fatos anteriores a 2010 e o atual senador tem 76 anos.

Também decidiu que se tratavam de suspeitas de crime de caixa 2 eleitoral —por isso, determinar­am o envio dos autos para o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.

Ao chegar em São Paulo, porém, os Procurador­es Eleitorais podem compartilh­ar as provas com o Ministério Público Federal, que decide se apresenta ou não denúncia à Justiça sobre o caso.

Só que os autos ainda estão no Supremo. Procurado, o STF não informou o motivo de a decisão ainda não ter sido publicada e nem se há previsão para isso. A defesa não se manifestou.

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