França descarta mandar líder de facção para prisão federal
Mudança para prisão federal dividia forças de Segurança após a descoberta de plano a resgatar comandantes
O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), descartou ontem a necessidade de transferir o principal chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, para um presídio federal.
A mudança do líder da facção dividia as forças de Segurança em São Paulo, após a descoberta de um plano de resgate dos comandantes do crime organizado de dentro das penitenciárias do estado.
“Hoje não há [necessidade], pelo menos as forças de Segurança não sentem essa necessidade. Ao fazer um movimento como esse com todo mundo fala que vai [fugir], vamos transferir quantos?”, afirmou o governador.
Para França, a execução penal deve ser endurecida “apenas quando há ato formal de rebeldia, indisciplina. É assim que a lei determina”. E que não se trata de decisão administrativa, mas judicial, de competência do juiz responsável pela execução.
Consequências ao estado
O pessebista também ponderou que a transferência de um detento como Marcola pode gerar consequências para o estado e para as polícias. “Já tivemos experiências assim que de algum jeito produziram reações, não se pode ignorar isso”, afirmou.
Marcola está preso na penitenciária 2 de Presidente Venceslau (611 km de SP) onde cumpre há quase 20 anos uma pena superior a 300 anos, por uma série roubos, além de crimes ligados ao comando do PCC. Em meio a ameaças de resgate de Marcola, policiais militares paulistas estão recebendo treinamento desde a semana passada para o uso de armamento de guerra em operação no interior do estado.
O treinamento da tropa está sendo ministrado por homens do Exército, por determinação do Comando Militar Sudeste. Procurado, o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, disse não poder dar detalhes da utilização do armamento por fazer parte de informações estratégicas de segurança.