País é conservador, afirma Bolsonaro sobre educação
Em vídeo nas redes sociais, presidente eleito disse ontem vai querer ver como será a prova do Enem
Em pronunciamento feito ao vivo por meio de redes sociais no início da noite de ontem, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que o futuro ministro da Educação de seu governo precisa entender que o Brasil é um “país conservador”.
Ele fez a afirmação ao comentar a última prova do Enem, que trouxe questões que abordaram o universo LGBT, repetindo uma crítica que já havia sido feito na segunda-feira.
A questão à qual o presidente eleito se refere tratava do do “dialeto secreto” utilizado por gays e travestis. A prova mostrou um texto sobre o “pajubá” o dialeto secreto dos gays e travestis e questionava o candidato quanto aos motivos que faziam a linguagem se caracterizar como “elemento de patrimônio linguístico”.
“Precisamos de um ministro [da Educação] que entenda que nós somos um país conservador”, disse.
Bolsonaro disse que no seu governo o Enem não terá questões de teor semelhante e que quer tomar conhecimento da prova.
“Quem ensina sexo é papai e mamãe e acabou, ponto final, não precisamos discutir esse assunto”, afirmou.
Ele disse que em breve deverá anunciar os nomes para Educação, Meio Ambiente, Saúde e Relações Exteriores.
Bolsonaro também disse não ter tido responsabilidade sobre o aumento dos salários dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do procurador-geral da República (PGR), que foi aprovado pelo Senado na quarta-feira —o reajuste, de 16%, deverá gerar um rombo de R$ 4 bilhões nas contas públicas.
“Estão botando na minha conta o reajuste do Judiciário, como se eu tivesse poderes para impedir. Eu dei minha opinião, que era inoportuno, mas a decisão não é minha, a decisão está nas mãos do presidente Michel Temer, se vai sancionar ou vai vetar. Ainda não sou o presidente”, disse.