Delatores da JBS e vice de Minas Gerais vão para cadeia
Joesley Batista está entre os presos em operação que apura possível corrupção na pasta da Agricultura
O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (MDB), o ex-ministro Neri Geller (PP-MT) e o deputado estadual João Magalhães (MDB-MG) foram presos ontem na Operação Capitu, deflagrada pela Polícia Federal e pela Receita Federal.
Houve outros 15 pedidos de prisão temporária (de no máximo cinco dias), inclusive de três delatores do grupo J&F, que controla a JBS: Ricardo Saud (ex-diretor), Demilton Antonio de Castro (então contador da empresa) e Florisvaldo Caetano de Oliveira (auxiliar de Saud), que iria se entregar à noite.
As prisões dos executivos foram necessárias, segundo o delegado Mário Veloso, porque os colaboradores omitiram informações em suas colaborações à Justiça.
A operação investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura em 2014 e 2015, quando Andrade e Geller foram ministros na gestão de Dilma Rousseff (PT).
Em maio, a Polícia Federal de Minas Gerais instaurou um inquérito para apurar fatos narrados na delação da JBS, como um desmembramento determinado pelo próprio Supremo Tribunal Federal à época da homologação da delação.
O objetivo era investigar pagamento de propina no Ministério da Agricultura e a políticos do MDB em troca de benefícios para a empresa produtora de carnes.
O delegado afirmou que os delatores omitiram informações, como o pagamento de R$ 250 mil a Geller, por exemplo, que foi noticiado pela imprensa. Ou o pagamento de R$ 50 mil ao então deputado federal Manoel Junior (MDB-PB) para que ele promovesse a federalização das inspeções sanitárias por meio de uma emenda em uma medida provisória de 2014 que tratava do setor farmacêutico.