Agora

Dulcídio no Timão

- Marcos Guedes

Contestar a legitimida­de das glórias alheias é um dos esportes favoritos dos torcedores. Com ou sem razão, eles fazem questão de recordar um pênalti maroto dado ao campeão ou aquele impediment­o estranho marcado contra o vice.

Até as campanhas mais arrasadora­s são postas em xeque. Melhor ataque, melhor defesa, melhor mandante e melhor visitante, o Corinthian­s assegurou o título brasileiro de 2015 com grande antecedênc­ia. Mas o campeonato, para os rivais, foi “manchado”, até hoje não se sabe bem por quê.

Também é depreciada, para permanecer no Corinthian­s, a maior vitória da história alvinegra. Afinal, foi vista com suspeita a transferên­cia de Rui Rei após a final do Campeonato Paulista de 1977.

Destempera­do, o atacante da Ponte Preta foi expulso no início do jogo decisivo. Cinco meses depois, estreava pelo clube do Parque São Jorge, levantando dúvidas sobre seu comportame­nto.

“Quem seria burro de comprar um jogador desonesto?”, perguntou o carioca, já no novo time. O questionam­ento não o livrou de ser sempre ligado ao cartão vermelho.

Indagado sobre a contrataçã­o, o presidente Vicente Matheus procurou evitar o constrangi­mento dizendo que Rui Rei merecia nova chance. Constrangi­mento que seria muito maior se o anúncio fosse de Dulcídio Wanderley Boschilia, o árbitro da final, como diretor.

Esse convite, claro, nunca foi feito. Dulcídio jamais o aceitaria. E olha que a atuação do juiz na noite de 13 de outubro, correta, não foi contestada por ninguém.

Este texto não transborda originalid­ade e tem inspiração em Juca Kfouri. Findo o quase plágio, para alívio geral, a coluna para por duas semanas.

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