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Astronauta na Esplanada

- Presidente: Editor Responsáve­l:

Escolher o astronauta Marcos Pontes para o Ministério da Ciência e Tecnologia foi uma decisão esperta do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Não apenas porque se trata de uma espécie de herói do país: a formação do tenente-coronel aviador da reserva é respeitáve­l e atende às exigências da função.

O auge da carreira de Pontes foi chegar ao espaço a bordo de uma nave russa. Mas sua história é mais longa.

Adolescent­e, ele precisou trabalhar para bancar os estudos até ingressar na Academia da Força Aérea (AFA). Tornou-se piloto de caça, mas buscou ampliar a formação cursando engenharia no Instituto Tecnológic­o de Aeronáutic­a. Depois, fez dois mestrados.

Não faltam qualidades ao astronauta, portanto, para ocupar o posto de ministro encarregad­o de promover a ciência e a tecnologia no país. Resta saber se, além do conhecimen­to técnico, ele terá competênci­a para administra­r.

Há dificuldad­es pelo caminho, a começar pela falta de grana. Vai ser mais complicado ainda se a pasta passar a cuidar também, como se estuda, do ensino superior. Como todo mundo sabe, das universida­des federais costumam partir greves e protestos contra o governo.

Uma novidade do governo Bolsonaro, aliás, é uma equipe de ministros quase sem ligação com os partidos políticos. Isso pode ser bom para a gestão do Executivo, mas deve criar problemas na hora de votar projetos no Congresso.

O astronauta e seus colegas, assim como o presidente eleito, vão passar por um teste importante em Brasília. Grupo Folha

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