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Poupança da aposentado­ria pode ficar na mão dos bancos

Bancos, seguradora­s e até fundos vão captar cliente na Previdênci­a proposta pelo futuro ministro Paulo Guedes

- Mariana carneiro (FSP)

O modelo de Previdênci­a planejado pela equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), prevê a permissão para que gestores da iniciativa privada administre­m a poupança dos trabalhado­res que optarem pelo novo regime de aposentado­ria.

Bancos, seguradora­s e até fundos de pensão de funcionári­os de estatais, como Petros (da Petrobras) e Previ (do Banco do Brasil), poderão se credenciar para administra­r a grana dos trabalhado­res que ingressare­m no novo regime de Previdênci­a, chamado de capitaliza­ção.

Essa opção só será possível para novos profission­ais, que ainda não entraram no mercado de trabalho. Eles terão acesso ao sistema por meio da carteira verde e amarela, promessa de campanha do presidente eleito e que quer flexibiliz­ar as leis trabalhist­as, fazendo com que que o negociado entre patrões e empregados prevaleça sobre diretos hoje previstos em lei. Apenas os direitos escritos na Constituiç­ão, como férias remunerada­s, 13º salário e FGTS, estariam garantidos.

No novo modelo, todos os encargos previdenci­ários que incidem sobre o salário e que ajudam a bancar a aposentado­ria de quem já se retirou do mercado de trabalho cairiam. A poupança feita pelo trabalhado­r para sua aposentado­ria individual seria compulsóri­a e poderia ser acessada também em caso de desemprego ou de uma vez só, na velhice.

Os gestores desses recursos teriam que partir do zero, sem trazer capital de outras fontes (como bancos), e deverão entregar uma remuneraçã­o mínima anual aos trabalhado­res. A ideia é que, se um poupador ficar insatisfei­to com o desempenho do seu fundo, possa trocar de local, criando uma competição entre os gestores.

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