Farmácia de alto custo no ABC tem fila de até 5 horas
Filas em hospital de Santo André, que atende às 7 cidades da região, começam do lado de fora
A retirada de medicamentos de alto custo na farmácia do Hospital Estadual Mario Covas, em Santo André, que atende os sete municípios do ABC e alguns bairros de São Paulo, é uma via crucis para os pacientes que dependem da rede pública. A unidade, da gestão Márcio França (PSB), atende a uma população de 2,5 milhões de habitantes somente no ABC.
Mesmo com agendamento de dia e horário para atendimento no local desde setembro de 2015, a realidade ainda é de longas filas, superlotação e muita reclamação por parte dos usuários.
Ontem, a espera girava entre duas e cinco horas, com filas ainda do lado de fora da unidade e logo nas primeiras horas do dia ensolarado. A maioria das pessoas tinha mais de 60 anos, algumas com dificuldades de locomoção ou problemas de saúde.
A farmácia de alto custo do hospital estadual atende de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. Fornece medicamentos que chegam a custar R$ 10 mil uma caixa. Entre elas está o o motorista aposentado Luiz Lopes dos Santos, 78 anos, morador no Parque Centenário, em Mauá (ABC). Mensalmente ele vai ao local para retirar os remédios para a mulher, Maria Aparecida do Carmo Girotto, 77 anos, que tem glaucoma.
Ontem, Santos chegou por volta das 9h e saiu às 13h, com quatro medicamentos. Teve de enfrentar, em pé, o sol no rosto na fila do lado de fora. Só entrou às 10h50 na recepção para, depois, encarar uma segunda fila, em forma de zigue-zague, para triagem e retirada da senha. Depois, a terceira, em outro espaço, para retirada dos remédios. “Todo mês é isso e cada vez a espera fica pior”, afirmou Santos.
Mesma opinião da artesã Kátia Neves de Oliveira, 37 anos, de Mauá. Ela chegou às 8h e saiu às 11h10, com o hormônio de crescimento do filho de 11 anos. “Não fico menos de três horas aqui todos os meses”, disse.