Ex-desabrigada se salva por 10 metros em Niterói
Rio de Janeiro A técnica em enfermagem Dilma Ferreira, 46 anos, perdeu a casa ainda adolescente, em 1988, quando uma pedra abriu um buraco no lugar onde morava no alto de uma favela na Tijuca, zona norte do Rio. Há cerca de três anos, ela perdeu a segunda moradia. Desta vez, ela foi indenizada em uma comunidade de Niterói por ter sua casa no caminho de um novo túnel na cidade vizinha ao Rio.
Na madrugada de sábado, Dilma acordou com um estrondo de “dezenas de transformadores explodindo ao mesmo tempo”. Ao abrir a janela, ela só via escuridão e a poeira que levantava após uma imensa pedra rolar e esmagar sete casas modestas no Morro da Boa Esperança, em Pendotiba, na região oceânica de Niterói.
Dilma abriu a porta e correu para a espremida rua Carlos Chagas, a principal da comunidade. A montanha de escombros parou a menos de dez metros da sua casa, comprada há sete meses com o dinheiro da indenização da residência condenada por estar na área das explosões que abriria o túnel.
“Foi uma coisa horrível. Só ouvia as pessoas que estavam sob a terra gritando e pedindo ajuda”, lembra a técnica de enfermagem sentada em frente ao portão da garagem da sua casa no início da tarde de ontem.
Até a conclusão desta edição, foram confirmadas 15 mortes em decorrência da tragédia e 11 pessoas foram resgatadas com vida.