Prefeitura estipula valor de venda menor para o Anhembi
Quando prefeito, Doria previa arrecadar até R$ 4,5 bi, mas Orçamento aponta R$ 714 milhões
Uma estimativa feita pela gestão Bruno Covas (PSDB) aponta o valor de R$ 714 milhões a ser arrecadado com a venda do complexo do Anhembi. O valor corresponde a cerca de um sexto dos aproximadamente R$ 4,5 bilhões que o governador eleito João Doria (PSDB) anunciava que seriam levantados com a privatização do espaço em sua passagem pela gestão municipal.
A estimativa de R$ 714 milhões aparece na Ploa (Proposta de Lei Orçamentária) para 2019, elaborada pela Secretaria da Fazenda e que será votada pelos vereadores até o final do ano.
Em audiência pública na Câmara, em 17 de outubro, Caio Megale, secretário da Fazenda, disse que o valor se refere à venda do Anhembi, que, no momento da elaboração da Ploa, acreditava-se que aconteceria neste ano.
“Esse é um valor conservador que nós colocamos inicialmente no Orçamento. A Secretaria de Desestatizações e Parcerias trabalha com valores mais reais, o secretário tem falado publicamente sobre os valores, mas não queremos entrar na especulação do processo”, diz Megale.
O valor de R$ 714 milhões, cerca de seis vezes menor que os R$ 4,5 bilhões, alarmou opositores políticos de Doria, que temem que o Anhembi seja vendido a “preço de banana”.
“O valor é escandalosamente baixo. É possível fazer duas contas simples para chegar a um valor razoável. Uma conta é 400 mil m2 a R$ 6 mil pelo terreno. Isso já vai dar mais de R$ 2 bilhões apenas pela área”, diz o vereador Antonio Donato, líder do PT na Câmara.
Donato entrou com representação no Tribunal de Contas do Município solicitando que seja suspensa a venda do Anhembi até que sejam esclarecidos pontos como o estabelecimento de um valor de referência para o terreno. O pedido será avaliado pelos conselheiros do tribunal.