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Pai pediu a Kikawa que fosse amoroso com seus pacientes

- (FSP)

Paulistano, Roberto Kikawa, 48 anos, escolheu a medicina na infância, quando era escoteiro e aprendeu a cuidar de pessoas. O pai foi sua grande inspiração e incentivad­or. No período da faculdade em Londrina (PR), o pai teve câncer.

Kikawa conseguiu acompanhar o tratamento em São Paulo por causa de uma greve no campus. A despedida foi a maior motivação da sua vida: “Quero que você me prometa que será um médico amoroso, que entenda bem o doente”, disse o pai na última conversa com o filho.

De volta ao Paraná, Kikawa decidiu cursar teologia para ser missionári­o na África, mas uma grave infecção renal o impediu. A carreira como cirurgião-geral também foi interrompi­da, desta vez por uma condição crônica, que causava tremores nas mãos. Ainda assim, Kikawa mantinha sua firmeza de propósito. E virou um dos maiores especialis­tas em endoscopia do país.

No Hospital Sírio-libanês, voltou sua atenção a pacientes sem perspectiv­as de cura. E descobriu as “Áfricas” da periferia. Abandonou a medicina privada para se tornar um empreended­or social.

Surgiu, assim, a ideia do sistema móvel para exames preventivo­s, as carretas da saúde, que evoluiu para unidades que também realizam cirurgias. Ao longo de uma década como empreended­or social, o médico deixa um legado de mais de 2 milhões de pacientes do SUS atendidos nas centenas de unidades móveis.

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