Bolsonaro admite reforma da Previdência para 2019
Presidente eleito deve receber hoje estudos com alternativas para mudar regras sem alterar Constituição
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse ontem que dificilmente conseguirá aprovar algo da reforma da Previdência ainda neste ano. Na mesma linha, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que a tendência é que a aprovação fique para o ano que vem.
No Rio de Janeiro, Bolsonaro disse que o tema é complicado e que a reforma para o setor público deve ser discutida primeiro. “Sabemos que a previdência realmente é complicada, é o que mais pesa, tem aposentadorias que são acima do teto, tem privilégios. Tem que começar com a previdência pública”, disse. “É complicado, mas você tem que ter o coração nessa reforma também, não é apenas números.”
Em Brasília, Lorenzoni teve reuniões ontem com parlamentares e técnicos do Congresso para discutir propostas que alteram as regras previdenciárias.
Ele recebeu contribuições do deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), e de técnicos do Congresso, sobre medidas que não precisam alterar a Constituição. “Elas estão sendo condensadas, serão apresentadas amanhã [hoje] ao futuro presidente Jair Bolsonaro para que a gente dê um destino. Se elas vão ser trabalhadas agora ou se elas vão ficar para o ano que vem. A tendência é que fiquem para o ano que vem.”
A proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo de Michel Temer ao Congresso, que está parada na Câmara, é uma emenda à Constituição. Além de exigir uma maioria qualificada para aprovação, o que dá três quintos do Congresso, ela não pode ser discutida enquanto a intervenção federal no Rio de Janeiro estiver em vigor, até 31 de dezembro.
Para isso, o futuro governo busca medidas alternativas de modificar a Previdência ainda neste ano. “A gente tem consciência de que seria ótimo conseguir um pequeno avanço agora. A gente tem que ter clareza de qual o cenário que existe e tem que ter humildade de saber o que pode e o que não pode fazer”, disse Lorezoni.
Ele disse ainda ter falado com parlamentares e sentido que o clima não é favorável para aprovação da Previdência no modelo atual.