Agora

Justiça manda soltar dono da Friboi e outros investigad­os

Joesley Batista estava preso desde sexta, mas ministro do STJ concedeu habas corpus

- Raquel landim carolina linhares (FSP)

O ministro do Superior Tribunal de Justiça Nefi Cordeiro concedeu liminar de habeas corpus mandando soltar todos os investigad­os na Operação Capitu, incluindo o empresário Joesley Batista, um dos donos da gigante das carnes JBS.

Também foram soltos Ricardo Saud, Florisvald­o Caetano e Demilton de Castro, ex-funcionári­os do grupo e integrante­s do grupo da JBS, que fechou uma delação premiada com a PGR (Procurador­ia-geral da República) em maio de 2017.

Na sexta-feira, Joesley e outras 16 pessoas, incluindo o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), haviam sido presos temporaria­mente pela Polícia Federal. Eles foram acusados de um esquema de pagamento de propina no Ministério da Agricultur­a para aprovação de medidas que beneficias­sem a JBS.

O esquema teria vigorado de 2013 a 2015, ainda no governo Dilma Rousseff (PT), época em que os ministros foram Antonio Andrade (MDB) e depois Neri Geller (PP). Entre as medidas, estavam licenciame­ntos e normas do ministério que prejudicar­am os concorrent­es da gigante de carnes.

Os crimes haviam sido revelados pelo próprio Joesley e por outros funcionári­os da J&F, holding de investimen­tos dos irmãos Batista, em sua delação premiada. A Polícia Federal, no entanto, entendeu que a prisão dos delatores era necessária, porque eles ocultaram informaçõe­s e destruíram provas, o que configurar­ia obstrução de Justiça.

Entre as omissões, estaria uma entrega de R$ 250 mil por Florisvald­o Caetano ao então ministro Geller em seu gabinete em Brasília. O episódio, contudo, constava da delação do ex-funcionári­o, incluindo uma foto do encontro entre os dois.

O ministro Cordeiro, do STJ, considerou que as prisões realizadas na Operação Capitu por eventual descumprim­ento de delação premiada foram ilegais. Para ele, houve excesso na decisão.

Para Pierpaolo Bottini, advogado de Batista, “a extensão da liminar concedida pelo STJ a todos os investigad­os demonstra a ilegalidad­e e a gravidade da prisão”.

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Adriano Machado - 9.nov.18/reuters O empresário Joesley Batista, da JBS, dona da marca Friboi, é investigad­o em operação sobre esquema de propina no Ministério da Agricultur­a e estava preso

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