Raí chama para si a decisão de mandar Aguirre embora
Nervoso durante entrevista, diretor do Tricolor diz que pode manter Jardine na próxima temporada
Visivelmente nervoso durante a entrevista coletiva concedida após o treino de ontem do São Paulo, o diretor executivo Raí trouxe para si a responsabilidade da demissão do técnico Diego Aguirre, no domingo.
“Foi uma decisão muito difícil, encabeçada por mim, conversada com algumas pessoas que trabalham comigo, mas encabeçada por mim. Queria deixar muito claro, desde o início, o agradecimento ao Aguirre, seu trabalho, seu profissionalismo e tudo o que ele fez no São Paulo, coisas que vão ficar, o seu legado”, disse Raí.
O diretor executivo evitou falar em nomes de treinadores para 2019, mas não descartou a efetivação do interino André Jardine, que comandará a equipe até o final do Brasileiro. “Tenho certeza que o grupo vai o receber bem. Não vou comentar muita coisa, mas não está descartado [a efetivação].”
Aguirre, que já sofria críticas internas e da torcida por conta de suas opções na hora de escalar o time titular e pela queda de rendimento da equipe, que chegou a ser líder do Brasileiro, não resistiu ao empate por 1 a 1 com o Corinthians, no sábado. O Tricolor teve um jogador a mais por todo o 2º tempo.
O dirigente tricolor disse que a decisão da não continuidade do técnico uruguaio para a temporada 2019 já havia sido tomada pela diretoria em razão do rendimento do São Paulo nas últimas dez rodadas, mas não comunicada. “O Aguirre reconhece que estava difícil, eles não estavam conseguindo. Isso fez com que a gente tomasse essa decisão”, explicou Raí.
Contando o empate no Majestoso, no período citado pelo diretor, o clube venceu apenas dois jogos (Bahia e Vitória), perdeu outros dois (Palmeiras e Internacional) e empatou seis (Santos, América-mg, Botafogo, Atléticopr, Flamengo e Corinthians).
Raí também comentou que a atitude de não continuar com o treinador não foi motivada por algum jogador. Colocado recentemente na reserva, o meia Nenê chegou a reclamar da situação.
“A gente reprova [a atitude do atleta], já conversamos com ele. Ele treinou, esteve aí com todo mundo. Quando entrou no jogo, não tenho dúvidas de que ele jogou com muita vontade. Obviamente que há algumas atitudes, não só a do Nenê, temos que estar atentos e são reprováveis. A gente reprova, fala e define internamente o que deve ser feito.”