Agora

Vala comum

- Luís André Rosa

Craque nas quatro linhas, Raí, o principal homem da diretoria de futebol do São Paulo, derrapou feio no caso que culminou com a demissão do técnico Diego Aguirre. Tudo começou com a sua entrevista raivosa, no último sábado, após o empate com o Corinthian­s, em Itaquera. A irritação do cartola foi porque os tricolores não souberam aproveitar a vantagem de um homem a mais.

Raí jogou para a torcida e expôs os atletas. Segundo o dirigente, o futebol apresentad­o foi muito ruim, principalm­ente no 11 contra dez. Vale lembrar que, na primeira etapa, o Timão teve um gol mal anulado e um pênalti não marcado. No segundo tempo, os sãopaulino­s foram dominados pelo dono do espetáculo.

Pouco mais de 24 horas depois, o São Paulo anunciou a demissão do técnico Diego Aguirre. A cinco jogos para encerrar o contrato, o comandante uruguaio teve abreviada a sua permanênci­a. Todo gestor sabe o que é melhor para a sua instituiçã­o. O problema é a forma como essas decisões são tomadas. Mais na emoção do que com a razão.

Com a classifica­ção à fase de grupos da Libertador­es ameaçada, Raí então usou a via mais fácil para acalmar conselheir­os e torcedores. Demitiu o técnico, mas sabe-se que o problema do São Paulo é mais embaixo. As carências do elenco são gritantes e, por isso, foi difícil acompanhar o líder Palmeiras, que venceu os dois encontros. O segundo, no Morumbi, com a escalação do mistão.

Apostar em medalhões de solução virou problema. O caso do atacante Nenê é emblemátic­o. O jogador, 37 anos, agiu com egoísmo. Falou demais e a diretoria passou a mão na cabeça. Qual técnico é respeitado quando um dos líderes não é punido energicame­nte? Raí, o cartola, entrou na vala comum.

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